Entrevista #5


Nova entrevista no blog, atrasada para variar..rsrs...
Hoje é com o autor Roque Neto, do qual resenhei o livro Narciso, tédio e Fúria (clique AQUI para conferir a resenha).
Conheçam um pouco mais sobre ele...
SnL) Conte um pouco sobre você.
R.N.: Tenho 31 anos. Sou natural do caloroso estado do Piauí. Este é meu terceiro ano residindo na Califórnia, EUA. Ficarei por aqui mais uns três anos para completar meus estudos.
Em termos de personalidade, creio que sou um sonhador que batalha. Desde cedo aprendi com minha família a ter ideais e correr atrás deles.

SnL) O que o levou a escrever?
R.N.: Sempre fui apaixonado por livros. Aliás, existe um fato engraçado sobre isto. Quando tinha por volta de 8 anos, comecei a frequentar a biblioteca municipal, que ficava apenas a uma quadra da casa de meus pais. Certo dia, a bibliotecária ligou para minha mãe para dizer que eu deveria ter algum problema porque eu era a única criança a passar a tarde inteira lendo…
Além da paixão por livros, cresci rodeado por adultos que gostavam de contar histórias. Sempre admirei a capacidade que algumas pessoas têm de nos fazer embarcar naquilo que estão narrando. Sem dúvida alguma, estes dois elementos estão no começo de minha vocação literária.

SnL) É possível um autor nacional viver somente de sua literatura?
R.N.: No momento isto é um privilégio para poucos.
Escritores brasileiros que não contam com o apoio dos grandes meios de comunicação precisam trabalhar durante o dia para se sustentarem, e passar noites e finais de semana dando vazão à paixão da escrita.
No meu caso, tento alcançar um equilíbrio entre os estudos acadêmicos e a literatura. Algumas vezes me sinto frustrado por ter que interromper a escrita do capítulo de um romance para escrever um relatório de pesquisa. É uma luta entre o que amo e a garantia de ter trabalho e sustento.

SnL) Qual ou quais os livros você escreveu em que você está mais presente?
R.N.: Acho que estou presente em todos eles, mas de formas diferentes. O livro “Ética e Moral na Educação”, por exemplo, mostra o meu lado de pesquisador acadêmico, e minha atenção para o desenvolvimento humano e a sustentabilidade do planeta.
Já “Narciso: Tédio e Fúria” apresenta meu lado passional, agressivo e saudosista. O fato de a história se passar em minha cidade natal fez com que a escrita deste livro fosse carregada de sentimentos e memórias.

SnL) Qual dos seus personagens você mais gosta?
R.N.: No “Narciso: Tédio e Fúria” sou apaixonado por dona Heloísa Aleijo, a secretária de educação do município. Ela é uma espécie de matriarca solteira que age no local de trabalho como se estivesse em casa. Ao escrever a primeira versão do livro me diverti com esta personagem. Tive que cortar muitas páginas para evitar que “Narciso” não se transformasse em uma comédia protagonizada por ela.

SnL) Qual ou quais livros o levaram a escrever?
R.N.: Os volumes de “O tempo e o vento” de Érico Veríssimo me fizeram abrir os olhos para uma realidade nova. Enquanto lia esta obra, muitas vezes me vi imaginando o desfecho de cada personagem. Sem dúvida alguma “O tempo e o vento” despertou o autor que estava adormecido em mim.

SnL) Qual gênero literário você aprecia?
R.N.Sempre que visito uma livraria sou atraído quase que automaticamente para a sessão de romance policial. Entretanto, faço questão de ler outros gêneros. Estes dias estou lendo os poemas de Robert Frost.

SnL) Diga-nos qual seu autor favorito.
R.N.: Direi três autores porque são os modelos que me inspiram em diferentes situações.
Em primeiro lugar, Érico Veríssimo. Ele foi o primeiro autor a me sequestrar para o mundo criado em seus livros. Nas páginas de Érico tudo tem cheiro, cor e sabor. Em “O tempo e o vento” até mesmo a figueira e o sobrado se tornam personagens.
Dennis Lehane é outro autor que marca minha trajetória. Nos livros de Dennis aprecio a densidade psicológica dos personagens.
Finalmente, mas não menos importante, cito Lev Raphael. O admiro não apenas por suas obras, mas também por sua história pessoal. Desde o ano passado tenho mantido contato com Lev. Apesar de ser um escritor renomado, ele tem se mostrado acessível, bem humorado e generoso.


SnL) Que mensagem você espera passar ao escrever um livro?
R.N.: Ao escrever “Narciso: Tédio e Fúria” quis mostrar o quanto o meio pode influenciar uma pessoa, especialmente quando fatos negativos ocorrem nas primeiras etapas da vida. Desde criança, Francisco, o protagonista, sofre muitas perdas. Tais frustrações o marcam para o resto da vida. Culpa dos pais? Creio que não. Os pais de Francisco, assim como os nossos, fazem o que acreditam ser necessário para o crescimento dos filhos. Todavia, nem sempre acertam e acabam nos ferindo.
No momento estou escrevendo outro romance. Ainda não descobri a mensagem escondida naquelas páginas, mas em breve os personagens me contarão.

"Agradeço pela entrevista e o apoio dado na divulgação de “Narciso: Tédio e Fúria”. Gostaria de convidar os leitores do Sentimento nos Livros para conhecerem um pouco mais de meu trabalho visitando o Blog Sentido: www.blogsentido.com.br ".

Tá ficando repetitivo isso, mas não posso deixar de dizer que amei a entrevista...
Tem tanta coisa que eu queria "meter o bedelho" nas respostas do autor e dar minha opinião, mas consegui me segurar...rsrsrs... gostei muito de tudo isso...
Espero que gostem...
Bjos!!!

1 comentários :

  1. Mais uma ótima entrevista Deiare!
    Saudades de passar por aqui... Adorei!
    Adorei conhecer o autor tb!

    bjuss

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Quero saber o que tem a dizer... um olá, um argh...tudo que me faça te conhecer um pouco mais.